sábado, 12 de julho de 2008

Novas do Mundos de Negócios.

- InBev e Anheuser estão próximas de acordo, diz -

A companhia de bebidas norte-americana Anheuser-Busch está em conversas ativas para ser vendida à cervejaria belgo-brasileira InBev em um acordo amigável, informaram pessoas próximas à situação ao jornal norte-americano The New York Times.
Uma das fontes afirmou que a InBev indicou que poderia pagar US$ 70 por ação da companhia norte-americana, o que somaria uma proposta total de quase US$ 50 bilhões. A proposta inicial da InBev era de US$ 65,00 por ação, o que totalizaria cerca de US$ 45 bilhões. Porém, a Anheuser-Busch rejeitou a oferta, considerando o preço como "pechincha".
Os termos exatos do potencial acordo não foram detalhados e as pessoas ouvidas pelo jornal alertaram que as negociações ainda podem fracassar. As informações são da Dow Jones.




- Os oráculos do petróleo -
Arjun Murti, do Goldman Sachs, ficou célebre ao prever com precisão as últimas altas do petróleo. Ele e outros apostam num barril a 200 dólares. Estarão certos?

Tradicionalmente, a voz mais poderosa para o mercado de petróleo é a do ministro da pasta que cuida desse recurso natural na Arábia Saudita, maior produtor do combustível no mundo. As declarações desse homem sobre oscilações relevantes nos preços mexem com as bolsas e os ânimos econômicos de todo o mundo. Os holofotes, portanto, deveriam estar sobre Ali al-Naimi, que hoje ocupa a posição. Mas, nos últimos tempos, a influência dos ministros e dos xeques árabes vem sendo dividida com um pequeno grupo de analistas cujas projeções e recomendações financeiras em relação às variações da cotação do petróleo estão ganhando destaque global. Entre essa turma, o nome do momento é o do americano Arjun N. Murti, de 39 anos, especialista no setor de energia para as Américas do banco de investimento Goldman Sachs. Graças a um histórico de seguidas previsões acertadas sobre as variações do preço do petróleo — assunto cada vez mais palpitante num cenário em que a cotação da commodity bate recorde atrás de recorde —, Murti passou a ser chamado de oráculo do petróleo.
Sua mais recente aposta está provocando calafrios nos círculos econômicos, já bastante assustados com as notícias mais recentes — na primeira semana de julho, a cotação estava na casa dos 140 dólares. Segundo Murti, o preço do barril de petróleo caminha para o patamar de 200 dólares nos próximos dois anos. “A atual crise de energia pode estar chegando a um pico”, escreveu ele num dos trechos do relatório em que consta a previsão, divulgado em maio. Para muitos, as palavras soaram como uma sentença. “A palavra de Murti merece respeito, pois ele já demonstrou que sabe do que está falando”, afirma Larry Chorn, economista- chefe da Platts, respeitada consultoria de energia americana.
O analista do Goldman ganhou projeção em março de 2005, depois de divulgar um relatório afirmando que a cotação do barril, então na casa dos 40 dólares, iria enfrentar um ciclo de alta. Seu palpite era que o valor da commodity pularia para a faixa entre 50 e 105 dólares num período de seis a 24 meses. Na época, como a cotação já havia acabado de dobrar nos três anos anteriores, a idéia de outro salto parecia fora de propósito. Além disso, a posição de Murti se chocava com a de outros estudiosos do assunto. Alguns deles cravavam que o preço continuaria estável durante muito tempo e outros chegavam a apostar até numa queda. Na época, Murti foi ridicularizado por seus pares. Mas o tempo lhe deu razão. Ao final de 2005, a cotação era de 58 dólares — desde então, o preço não parou mais de subir. Na ocasião, o jornal americano The Wall Street Journal dedicou ao analista um perfil laudatório, reconhecendo o acerto da previsão. “Ninguém em Wall Street está rindo de Arjun Murti”, dizia o texto da reportagem.
O episódio rendeu fama ao analista, mas não foi suficiente para garantir a unanimidade dos especialistas em torno de seu nome. Vários deles lembraram que a ocorrência do furacão Katrina, em agosto de 2005, havia sido determinante para a alta do barril naquele ano. Para prever essa catástrofe natural, diziam os detratores, só tendo uma bola de cristal. Algum tempo depois, porém, Murti acertou outra vez na mosca. Em setembro de 2007, quando a cotação do petróleo já estava na casa dos 70 dólares, ele previu que o preço podia ultrapassar a barreira de 100 dólares. Meses depois — bingo! —, o valor entrou na casa dos três dígitos. “As análises de Murti hoje são amplamente distribuídas entre os investidores. Quando ele faz uma previsão, o mercado todo escuta”, diz um executivo de uma das maiores empresas de petróleo no mundo, que preferiu não se identificar.
Murti está no Goldman Sachs desde 1999. Antes, havia atuado na firma de investimento Petrie Parkman, em Denver. Discreto, raramente concede entrevistas, e não há registro de uma foto sua que tenha sido publicada. Toda essa reclusão criou uma aura de mistério a respeito das técnicas que Murti utiliza para fazer previsões tão certeiras, já que dispõe das mesmas informações que os outros analistas. Pouco se sabe também de sua vida pessoal, a não ser que é casado e que gosta de correr nas horas vagas, tendo já participado de uma minimaratona em Nova Jersey, onde mora. Murti é um crítico ferrenho da dependência que a economia mundial adquiriu em relação ao uso dos combustíveis fósseis. “Sou bastante antipetróleo”, afirmou ele numa de suas raras entrevistas, concedida recentemente ao jornal The New York Times. Adepto de atitudes ecologicamente corretas, ele tem em sua garagem dois carros híbridos. Segundo Murti, a atual crise gerada pela alta da commodity pode ter uma boa conseqüência — a de forçar países como os Estados Unidos a usar fontes de energia mais limpas.


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